(...)um novo paradigma existencial surge"

             Bobagem! "Nós não temos os melhores cérebros, mas os corações mais inspirados" dizia a frase estampada em uma dascamisetas da AIESEC quando cheguei. "Que besteira cientificamente incorreta!" pensei sem titubear e esperando que esse lema não fosse um "Leeeeema" mas uma visão pessoal de algum dos membros, imaginando que do fundo da minha bagagem sempre tivera visto grandes cérebros mudarem o mundo e não apenas pessoas comprometidas que mostram paixão pelo que fazem, e que se a AIESEC queria mudar o mundo, se ela queria realmente ser eficiente, teria de passar por cima de certas coisas como dar oportunidade a pessoas que não se sabe a competência. "Confiança é tudo" essa sim, sempre foi coerente com todos os conceitos que tive em mente, pois confiança existe baseada em suas qualidades consideradas ímpares por você mesmo. É bem evidente que essa racionalidade é também contrária à sensível estampa que roga pelos corações motivados em uma atividade vital. Contudo, minhas crenças são abaladas diariamente, a ponto de não querer mais ter razão no que digo, argumento quando precisa e não mais quando quero. Pois dessa idéia nasce apenas o julgamento egocêntrico. Outra vez estou em metamorfose, pois quando me vi acreditando que a confiança durante tanto tempo não foi suficiente pra me levar onde queria, que a explicação racional não mais me satisfazia, enxerguei tudo isso a contrastar com um sentimento que, engajado, busca o melhor daquela atividade que exerce. Agir apaixonadamente! Mesmo sem saber como, mas agir e se entregar! Eis meu novo conceito de competência baseado em motivação e no sentimento de algo maior estar te envolvendo, mesmo sem saber como, de onde vem, e por quê.

           Desse modo, a demanda externa nada mais é do que aquilo que você sente ao se entregar por completo. Mergulhar de cabeça em uma atividade é adentrar o túnel da vida de novo depois de estar vivo, é nascer de novo na vida adulta! Sabes exatamente o que falo quando sentes teus sentidos todos aguçados e até o odor desagradável de algum bueiro te faz enxergar a beleza na pobreza. Sentir o cheiro ruim penetrando nas tuas narinas não o faz ter uma reação de agrado ao cheiro, mas ao sentir seu poder de sentir, lhe faz grato por sua existência em toda sua extensão. Quando sua visão aprecia a forma arenosa

e a vivacidade ininterrupta de uma sempre fumegante Phnom Penh, tu passas a gostar de ver o suor nas testas de todas as pessoas porque isso faz delas parte inseparável dessa configuração , podes ver o que eu vejo?! Há beleza nessas formas de expressão conjunta: cidade, população e saudações...muitas saudações de pessoas que não viu antes e não tornará a ver. Anacronicamente a nostalgia se apresenta. O medo da perda é simultânea ao gozo do momento. Outra narração de quão intenso pode ser. O paradoxo emocional que não tem outra função a não ser tornar as coisas mais intensas, fazer do presente o mais valioso, e do futuro o mais temido. Estou a querer me libertar do medo do futuro, não porque deixarei Phnom Penh fisicamente, mas porque Phnom Penh não poderá mais sair de meu absoluto interior.

           Algo disso eu sei que sempre fará parte de mim, sim... eu vou sonhar com estas pessoas, eu vou lembrar das minhas experiências, e vou chorar talvez tanto quanto agora. Essa é a tal motivação que me fará querer mover montanhas, que me fará enxergar o belo no feio, e o feio não existir por si mesmo. Essa é a energia apta a superar barreiras e dificuldades teóricas, operacionais, de logística, científicas, ou o que quer que apareça pelo caminho exigindo competência. A chave do meu sucesso será transcender-me através do querer e não mais confirmar-me através do estático ser.

        Quanto à velha confiança?! Ela é secundária agora... e não tão poderosa assim.

04/02/2012

por Rogério Henrique Gonçalves

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           Nonsense! "We do not have the best brains, but the most inspired hearts" said the phrase emblazoned on a AIESEC T-shirt when I arrived. "What nonsense scientifically incorrect!" thought without hesitation and hoping that this slogan was not "The Slogan" but a personal view of some members, thinking that the bottom of my luggage had always seen big brains change the world and not only committed people who show passion for what they do, and that AIESEC wanted to change the world if she wanted to be truly effective, would have to go over certain things like giving opportunity to people who do not know the jurisdiction. "Confidence is everything," but this has always been consistent with all the concepts I had in mind, because confidence is considered based on their unique qualities for yourself. It is clear that this rationality is also contrary to the sensitive pattern that begs the hearts motivated in a vital activity. However, my beliefs are shaken daily to the point of not wanting to be right in what I say, an argument when you need it and not when I want. For this idea arises only egocentric judgment. Again I am in metamorphosis, because when I found myself believing that trust for so long was not enough to take me where I wanted, that the rationale no longer satisfied me, I saw all this in contrast with a feeling that, engaged, seeks the best that activity it performs. Act with passion! Even without knowing how, but act and deliver! Here's my new concept of competency-based motivation and feeling of something bigger will be involved, even without knowing how, where it comes from and why.

           Thus, external demand is nothing more than what you feel when you surrender completely. Diving headfirst into an activity is to enter the tunnel of life again after being alive, is born again in adulthood! You know exactly what I say when you feel all your senses sharp and even the unpleasant odor of some culvert makes you see the beauty in poverty. Bad smell in your nose piercing does not have a reaction to the smell of pleasure, but to feel his power to feel, makes you grateful for their existence in all its extension. When your vision appreciates the way sandyand the vivacity of a unbroken always steaming Phnom Penh, you spend a liking to see the sweat on the foreheads of all people because it makes them inseparable part of this setup, you can see what I see! There is beauty in these forms of expression together: city, population and greetings ... many greetings from people who have not seen before and will not see. Anachronistic nostalgia is presented. Fear of loss is simultaneous to the enjoyment of the moment. Another narration of how intense it can be. The emotional paradox that has no other function but to make things more intense, making this the most valuable and the most feared of the future. I am wanting to set me free from fear of the future, not because they physically leave Phnom Penh, Phnom Penh but because you can no longer leave my absolute interior.

           Something that I know will always be part of me, but ... I'll dream about these people, I will remember my experiences, and perhaps cry as much now. This is such a motivation that makes me want to move mountains, I will see the beauty in the ugly and the ugly do not exist by itself. This energy is able to overcome barriers and theoretical difficulties, operational, logistical, scientific, or whatever to appear along the way requiring competence. The key to my success will transcend through me and not want to confirm that through the static being.

        As the old confidence?! It is secondary now ... and not so powerful as well.

04/02/2012

 by Rogerio Henrique Gonçalves